quarta-feira, 3 de outubro de 2007
Inventor usa microondas para capinarVolta
“Enxada eletrônica” foi inventada por Irineu Santos, de Florianópolis, que garante que o mato não rebrota
O Estado de São Paulo
Niza Souza
03/10/2007
Após montar um laboratório em casa e desmontar 16 fornos de microondas, o cientista Irineu de Oliveira Santos, de Florianópolis (SC), descobriu como controlar e direcionar o calor emitido pelo eletrodoméstico. A partir desta descoberta, desenvolveu uma tecnologia, que ele chama de enxada eletrônica, capaz de substituir o uso de agrotóxicos no combate de pragas e ervas daninhas.
PROTÓTIPO
'O aparelho é um emissor de microondas. Acoplei o protótipo na ponta de um cabo. Assim, consegui direcionar as ondas para um local específico, como se fosse o foco de uma lanterna', explica Santos. Segundo ele, o aparelho aquece muito rápido, e varia de 60 a 600 graus, que é a temperatura máxima, em 45 segundos. O calor penetra no solo, elimina pragas e desidrata ervas daninhas até a raiz. E a palha ainda transforma-se em adubo.
Ele garante que não há perigo de radiação. Mas recomenda que o operador use uma bota refletiva ou branca. O equipamento tem um dispositivo que permite a regulagem da profundidade de penetração da microonda no solo. Pode penetrar até meio metro, com capacidade de uso efetiva.
A tecnologia já foi testada, certificada pelo departamento de Engenharia Elétrica da Universidade Federal de Santa Catarina e pela Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural de Santa Catarina (Epagri). Também já foi patenteada no Brasil e nos Estados Unidos.
O primeiro aparelho comercial foi a enxada individual. 'Já vendi seis unidades', diz ele. Depois, aperfeiçoou a tecnologia, a pedido da prefeitura de Itajaí (SC), conta, para substituir a capina com agrotóxicos em vias públicas.
GRANDES ÁREAS
'O equipamento foi acoplado a um caminhão, com três camadas de segurança para absorver as microondas, e tem capacidade para capinar até 3 quilômetros por hora. Com a vantagem de que o mato não rebrota', destaca. Ele diz ainda que já comprovou a viabilidade do uso da enxada eletrônica em grandes áreas, pois pode ser acoplada a um trator, com vários emissores de microondas. Vale lembrar que a enxada é elétrica e necessita de gerador de energia.
Agora, o cientista-inventor busca parceiros para desenvolver a tecnologia em escala comercial. Ele estima que a enxada individual pode chegar ao mercado por R$ 500. Para uso agrícola, modelos acoplados a tratores, o preço seria de R$ 14 mil.
INFORMAÇÕES: Irineu Santos, tel. (0--48) 3333-6935 ou deusele@terra.com.br
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