quinta-feira, 4 de outubro de 2007

  • Queijo Minas artesanal será valorizado por identidade geográfica

  • Inovação e Empreendedorismo

  • Inovação tecnológica nas empresas

  • Presidente da NBC pede à Casa Branca uma campanha antipirataria

  • Mesmo na frente, Google enfrenta seus dilemas

  • O Brasil e os 50 anos da era espacial

  • PT Inovação planeja nova fábrica de software no país

  • Brasil pressiona a OMC pelo etanol

  • Com R$ 1 bi em caixa, os Szajmans agora vão se dedicar à tecnologia

  • Fiocruz e UFRJ oferecem mestrado e doutorado em propriedade intelectual

  • Queijo Minas artesanal será valorizado por identidade geográfica Volta
    Mídia eletrônica: Jornal Araxá

    http://www.jornalaraxa.com.br

    03/10/2007


    Produto vai ser certificado em quatro regiões: Araxá, Serra da Canastra, Serro e Alto Paranaíba

    O queijo Minas artesanal produzido nas regiões da Serra da Canastra, Serro, Araxá e Alto Paranaíba será o próximo produto da agroindústria mineira a ganhar certificação de origem, por meio da Indicação Geográfica (IG). A informação partiu da coordenadora da área de Incentivo à Indicação Geográfica (CIG) de Produtos Agropecuários, do Departamento de Propriedade Intelectual e Tecnologia da Agropecuária, Bivanilda Almeida Tapias. O setor que coordena faz parte da Secretaria de Desenvolvimento Agropecuário e Cooperativismo, vinculada ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa).

    De acordo com a técnica, a denominada Indicação Geográfica atende a demanda dos próprios produtores para a proteção de algum produto agropecuário, que tenha uma identidade cultural e geográfica própria. O processo, que deve ser encaminhado ao Instituto Nacional de Propriedade Industrial (Inpi), leva em conta levantamento histórico sobre o produto. O resultado é a emissão de um certificado e um selo de IG pelo InpiI. "Essa indicação agrega valor e atribui reputação aos produtos, uma vez que eles passam a ter uma identidade única, que os distingue de seus concorrentes. Além disso, ela beneficia todos aqueles do lugar que exploram aquela atividade e contribui para o desenvolvimento socioeconômico daquela região", explica.

    Ela acrescenta, ainda, que a IG é um tema dentro da propriedade industrial. É uma forma de proteger uma criação, fazer uma certificação de origem, via propriedade industrial. "É específica para proteger um patrimônio cultural, uma tradição, para alguns produtos agropecuários", diz. Hoje, no Brasil, são protegidos por indicações geográficas os vinhos e espumantes do Vale dos Vinhedos, no Rio Grande do Sul; o café do Cerrado mineiro; a carne do Pampa Gaúcho da Campanha Meridional, no Rio Grande do Sul; e a cachaça de Parati, no Rio de janeiro. Em nível mundial, alguns exemplos notórios de IG são: os vinhos tintos da região de Bordeaux, os presuntos de Parma, os charutos cubanos, os queijos Roquefort, o Champanhe, na França, os cítricos de Valência, o azeite de oliva de Toledo, entre outros.


    Inovação e EmpreendedorismoVolta

    Mídia eletrônica: JC Online

    http://jc.uol.com.br
    03/10/2007



    A inovação e o empreendedorismo são como irmãos gêmeos: parecem iguais, mas, na verdade, são distintos. Enquanto o empreendedorismo não exige necessariamente que a pessoa seja inovadora, a inovação exige do inovador o espírito empreendedor.



    Podemos perceber isso mais claramente quando tomamos como exemplo uma pessoa que investe em uma franquia de loja, restaurante fast food ou em qualquer outro tipo de negócio que depende de uma terceira pessoa que oferece um conhecimento ou uma marca pré-estabelecida. Enquanto essa pode ser considerada uma pessoa empreendedora, ela não é necessariamente inovadora. É preciso esclarecer que não há demérito em ser empreendedor sem ser inovador; afinal de contas, o empreendedor precisa de coragem, determinação, muito esforço pessoal, comprometimento, todos os valores intrínsecos, característicos e próprios destes heróis da gestão de negócios.



    Adotando as franquias como exemplo de empreendedorismo que não está ligado diretamente à inovação, podemos dizer que elas, muitas vezes, estão na fase de implementação de algum inovador, que está implantando algo inovador. Ou seja, aquele que criou a franquia pode ter criado algo novo, seja como modelo de negócio, seja com produtos ou serviços inovadores com base tecnológica ou não.



    Dessa forma, os empreendedores que estão dispostos a investir nas idéias de outros estão, na verdade, comprando um conhecimento que não possuem e estão também se associando a um grupo de empreendedores que investem na mesma marca ou bandeira. No entanto estes empreendedores ficam limitados aos padrões, à estética, ao comportamento e à criação dos donos da franquia. Estes empreendedores podem até tentar inovar em alguns aspectos que envolvem o seu negócio, mas essa não é a regra.



    Assim, as pessoas que têm um perfil empreendedor, mas que gostam de estar livres para inovar e desenvolver suas próprias idéias devem pensar duas vezes antes de se tornarem empreendedores através destes tipos de negócios, pois pode ser bastante frustrante não poder dar suas contribuições e mudar algumas coisas em um negócio que, afinal de contas, também é seu.



    Por outro lado, os próprios donos de franquias deveriam buscar ser mais inovadores. Sugiro que eles procurem adotar modelos de gestão da inovação que permitam que os franqueados participem dos processos de inovação dos negócios. Afinal, as próprias franquias em um primeiro momento foram inovadoras por terem criado algo que atraiu outros empreendedores dispostos a investir na sua rede. Ou seja, em um primeiro momento, eles foram inovadores, mas depois querem engessar o modelo porque acreditam ser esta uma fórmula de sucesso que não deve ser alterada.



    Até podemos entender que algumas franquias não aceitem mudanças e inovações de forma aleatória, por medo que isso afete o padrão de qualidade, mas isso não é impeditivo para se ter um modelo de negócios que permita a criação de inovações. Um exemplo de franquia que conseguiu superar parte dessa visão engessada foi a McDonalds quando adotou uma nova visão estratégica com uma regionalização de produtos e serviços. Hoje podemos ver água de côco nas redes do Brasil e pão croissant na França. Essas novidades que as franquias adotam não podem jamais perder o padrão de qualidade, mas também não podem deixar de se adequar às mudanças comportamentais e vontades do mercado consumidor em que se está inserido.



    Tudo isso serve de exemplo para entendermos que os valores de um empreendedor são similares aos dos inovadores. Por exemplo, percebemos que os empreendedores e os inovadores precisam ter como premissa a interdisciplinaridade ao estudar um assunto, ganhar conhecimento e informação. Da mesma forma, para melhor utilizar a sua imaginação, eles precisam ter um espírito livre, a mente aberta aos novos conceitos, às novas tecnologias e às novas formas de trabalhar.



    No entanto alguns empreendedores sem perfil inovador param de estudar e de buscar novos conhecimentos ao atingirem o nível de sucesso que eles esperavam chegar, passando a uma acomodação natural do ser humano. Há também os inovadores que acham que a inovação é um fim em si mesmo. Recentemente, tive a oportunidade de conversar com um dos inventores do primeiro medicamento para o HIV totalmente nacional. Segundo ele, quando o produto deixou de ter uma margem de lucro de mais de 10.000% (isso mesmo!), passando a proporcionar "apenas" 200% de lucro, seus sócios deixarem de considerar aquele produto como interessante. Será que essas margens finais ainda não seriam boas o suficiente para gerar recursos para a pesquisa e desenvolvimento de novos produtos? Ou seja, faltou espírito empreendedor e sobrou espírito inovador.



    Como podemos ver, os empreendedores que são inovadores normalmente são aqueles que têm mais sucesso. Da mesma forma, aqueles que querem ser inovadores devem ser empreendedores para ter mais chances de sucesso.

    É óbvio que ser empreendedor e inovador ao mesmo tempo aumenta muito os riscos do negócio. Por isso, o processo de incubação, com o uso de testes de mercado e de campo, de modelos e protótipos, é fundamental para minimizar os riscos antes do empreendedor-inovador partir para um investimento mais intensivo.



    Agora que você sabe distinguir melhor entre os irmãos gêmeos empreendedores e inovadores, procure pelo irmão inovador que existe dentro de cada um de nós. Mas lembre-se que, para ser inovador, não basta querer, há de se pôr em prática.


    Inovação tecnológica nas empresasVolta

    Mídia eletrônica: Portal Moveleiro

    http://portalmoveleiro.com.br

    Por Jorge Santana Oliveira*

    03/10/2007

    Queiramos ou não, vivemos hoje tempos de alta concorrência no mundo dos negócios. Este cenário força empresas a buscarem diferenciais competitivos capazes de lhes assegurar crescimento e, muitas vezes, a própria sobrevivência. Melhores práticas de gestão e de governança, criatividade, ousadia, qualidade e investimentos no capital humano são ingredientes fundamentais do receituário da nova era. Associativismo e cooperação têm igual importância, particularmente quando a voracidade tributária dos governos já ultrapassa a fronteira do confisco fiscal.


    Existe um outro componente vital para a competitividade das empresas e que não pode ser negligenciado: a inovação tecnológica. Muitas empresas, independentemente do porte, ainda não se deram conta de que investir em inovação é imperativo para o futuro dos negócios. Buscar inovar todo o tempo é uma atitude capaz de transcender o limite confortável do crescimento vegetativo, podendo proporcionar níveis acelerados de expansão. Ocorre que inovar não é apenas uma crença ou uma disposição. Significa firmar parcerias efetivas com instituições de pesquisa como universidades, para investimentos que possam gerar produtos e serviços inovadores.


    Muitos dirão que a distância entre as universidades e as empresas sempre foi intransponível. Só que esse quadro começa a mudar com a promulgação da Lei de Inovação, uma iniciativa do Governo Lula, merecedora de aplausos, que objetiva o fortalecimento do sistema nacional de inovação, prevendo mecanismos que facilitem a integração entre centros de pesquisa e empresas.

    A novidade de maior destaque desta lei fica por conta da determinação de que o Poder Executivo encaminhará um projeto de lei ao Congresso Nacional, num prazo de 90 dias, em que se estabelecerá novo regime fiscal que facilite e incentive as empresas a investirem em pesquisa e desenvolvimento.


    Um outro aspecto favorável ao setor produtivo é a permissão dada pela lei para o uso de laboratórios, equipamentos e instrumentos, materiais e outras instalações das instituições científicas e tecnológicas, por prazo determinado e mediante remuneração, contrapartida ou participação nos resultados. Para os pesquisadores envolvidos em pesquisa colaborativa é assegurada a participação nos ganhos econômicos da instituição científica e tecnológica resultantes de contratos de transferência de tecnologia ou exploração de criação protegida da qual tenham sido inventores.


    O valor é limitado a um terço do total dos ganhos. Está previsto, ainda, que possam receber um adicional diretamente da instituição, não tendo mais que passar, por exemplo, pelas fundações. A inovação deve merecer atenção especial dos empreendedores, pesquisadores e governantes, entendendo todos que se trata de um requisito essencial para o desenvolvimento de base local e sustentado que, por sua vez, constitui a única saída para a superação dos gravíssimos problemas que esgarçam o tecido social brasileiro.


    Jorge Santana de Oliveira é Presidente da Associação Comercial de Sergipe


    Presidente da NBC pede à Casa Branca uma campanha antipirataria Volta

    Mídia eletrônica: AFP

    http://afp.google.com

    03/10/2007



    WASHINGTON (AFP) — O presidente do grupo de comunicação americano NBC Universal, Jeff Zucker, pediu nessa quarta-feira que a Casa Branca inicie uma campanha contra a pirataria e a violação dos direitos de propriedade intelectual que, segundo ele, ameaçam o crescimento do país.



    "A verdade é que estamos perdendo a batalha", disse Zucker, durante o quarto colóquio anual sobre falsificação e violação de direitos de propriedade, organizado pela Câmara de Comércio dos Estados Unidos.



    Apoiando-se em estudos recentes, Zucker afirmou que os prejuízos causados pelas violações de direitos da propriedade são da ordem de 60 bilhões de dólares, somente nos Estados Unidos.



    "É preciso que a internet receba maior atenção do Poder Executivo, inclusive da Casa Branca", disse.



    Zucker insistiu ainda que as universidades desempenhem o papel de policia das redes, alegando que 44% das perdas provocadas por pirataria são provocadas por estudantes.



    O presidente da NBC afirmou ainda que "defender os direitos de propriedade intelectual é absolutamente crítico para a prosperidade econômica no século XXI, não apenas nos Estados Unidos mas em todo o mundo", afirmou.


    Mesmo na frente, Google enfrenta seus dilemasVolta

    Valor Econômico

    José Sergio Osse
    04/10/2007





    Na corrida dos serviços de busca na internet, o Google é um cavalo que está algumas voltas à frente dos demais. Em agosto, a companhia respondeu por 56,5% de todas as pesquisas on-line feitas nos Estados Unidos, mais que o dobro do Yahoo (23,3%) e muito acima da Microsoft (11,3%), segundo e terceiro lugares no ranking elaborado pela empresa de pesquisa comScore. Mas isso não significa que a companhia não tenha preocupações. Na semana passada, a Microsoft lançou um serviço quatro vezes mais potente que o anterior e há poucos dias o Yahoo revigorou seu mecanismo - dois movimentos que não passaram despercebidos pelo mercado.



    "Por enquanto não os vemos ganhando terreno sobre nós", diz Sukhinder Singh Cassidy, vice-presidente de operações do Google para América Latina e Ásia-Pacífico. "Ainda assim, sabemos que na internet qualquer coisa está a apenas um clique de distância e precisamos estar preparados", afirma a executiva.



    O Google mantém um núcleo de pesquisas de aplicativos on-line, o Google Labs, que desenvolve e testa novidades que podem ou não vir a ser incorporadas ao site principal da empresa. Recentemente, a companhia integrou à sua página de busca ferramentas que vão além dos links de texto e incluem vídeos e fotos, algo que os concorrentes também têm buscado nos serviços oferecidos em alguns países. Além disso, o Google também tem se mostrado hábil em acrescentar serviços populares fora da área de busca, como o YouTube (de vídeos), o Picasa (de fotografia) e a rede social Orkut.



    O foco, no entanto, continuará no negócio original, diz Sukhinder. "Para nós, a busca on-line é a plataforma em que tudo o mais se apóia. Se não tivermos uma base sólida, para a qual os usuários migrem e considerem relevante, nada mais importa. É ótimo ter produtos como o YouTube e coisas assim, mas nosso bastião é mesmo a busca."



    Uma das prioridades da companhia é investir no conteúdo localizado, em que os resultados indicam produtos e serviços que estão fisicamente próximos do usuário. "Não adianta, numa pesquisa por filmes, o resultado apresentar o que está passando em um cinema em Nova York, sendo que estou em São Paulo", diz Sukhinder. "Oferecemos um serviço decente na América Latina, mas ainda não fazemos tudo o que podemos. Precisamos aprofundar a qualidade de nossa experiência."



    Além da concorrência, há pelo menos dois outros temas no horizonte do Google: a privacidade e seu próprio gigantismo.



    Em abril, a empresa anunciou que pagaria US$ 3, 1 bilhões pela DoubleClick, que interliga anunciantes, agências de publicidade, sites de internet e usuários. Trata-se de um movimento importante: os anúncios on-line são a principal fonte de receita do Google e o controle da DoubleClick ajudaria a fortaleceria seu domínio na web. A Microsoft, por exemplo, seguiu esse mesmo caminho e mais recentemente adquiriu a aQuantive, da mesma área.



    O movimento do Google, no entanto, provocou o protesto dos concorrentes e, por enquanto, está emperrado nas agências antitruste dos EUA e da Europa: as autoridades querem saber se a influência do Google na internet não passou da medida.

    Sukhinder minimiza o risco de uma eventual derrota e diz que se o negócio não vingar "o Google achará uma forma de chegar à posição em que estaria com a DoubleClick". As medidas que ela cita, no entanto, mostram que esse não seria o caminho mais confortável. Segundo a executiva, a companhia poderia desenvolver internamente as tecnologias necessárias ou adquirí-las de de forma pulverizada.



    O outro desafio do Google, referente à privacidade, é particularmente agudo no Brasil. O ponto central é a rede social Orkut, que se tornou mania no país - 55,3% dos seus cerca de 60,1 milhões de usuários são brasileiros. O site, em que os participantes trocam mensagens, fotos e vídeos entre si, tornou-se foco de tensão quando a Justiça brasileira começou a solicitar informações pessoais de suspeitos de envolvimento com atividades ilegais, como pedofilia e crimes de ódio. Recentemente, o pedido das informações - que tinha de ser enviado aos EUA - foi redirecionado à filial brasileira.



    "Não queremos atrapalhar as autoridades, mas não posso simplesmente oferecer informações sobre um usuário toda vez que alguém bate em nossa porta. Temos que seguir o que manda a lei", diz Alexandre Hohagen, presidente do Google no Brasil. "Todas as vezes que recebemos autorização da Justiça para liberar informações pessoais de um usuário à polícia, realizamos isso."



    O Google quer ganhar dinheiro com o site, diz Sukhinder, mas por questões como a encontrada no Brasil a empresa ainda não considera o serviço pronto. "Temos que limpar o Orkut e fortalecer seus filtros. Apenas depois disso é que vamos pensar em monetizar o produto", afirma a executiva.

    (Colaborou João Luiz Rosa, de São Paulo)


    O Brasil e os 50 anos da era espacial Volta

    Folha de São Paulo

    MARCO ANTONIO RAUPP

    04/10/2007

    Começamos acompanhando de perto os pioneiros. Índia e Canadá iniciaram programas similares na mesma época. Foram longe. Nós paramos

    HOJE, 4 de outubro, é dia de comemorar os 50 anos da era espacial. É também uma data oportuna para refletirmos sobre o desenvolvimento do Brasil nessa área dentro do cenário internacional.


    No auge da Guerra Fria, os soviéticos surpreenderam o mundo ocidental, sobretudo os Estados Unidos, com o lançamento do primeiro satélite artificial, o Sputnik, que marcou o início da corrida espacial.


    No Brasil, o acontecimento histórico foi acompanhado de perto por estudantes do ITA (Instituto Tecnológico de Aeronáutica), em São José dos Campos (SP). Eles estavam preparados para receber os sinais do Explorer, o primeiro satélite americano, mas, quando souberam do satélite soviético, adaptaram a estação que tinham e conseguiram receber os sinais do Sputnik.


    Também no início da década de 1960, militares brasileiros já trabalhavam no desenvolvimento de foguetes, buscando acompanhar a tendência de criar programas espaciais próprios que se espalhava por todo o globo terrestre.
    Começamos, portanto, acompanhando de perto os pioneiros.


    Na educação à distância, hoje considerada prioridade pelo governo, houve o projeto Saci (Sistema Avançado de Comunicações Interdisciplinares), implantado no Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais) também nos anos 1960-1970.


    Ambicioso, visava implantar programas educacionais por TV via satélite por todo o país, erradicar o analfabetismo. Mas, por razões políticas que não caberiam neste espaço, mal logrou ser um projeto-piloto em Natal (RN), onde, por alguns meses, atendeu a algumas centenas de alunos de escolas públicas.
    A Índia e o Canadá começaram programas similares na mesma época -e foram longe. Nós paramos.


    A primeira maior decisão política na área espacial veio com o governo militar, que buscou parceria da França para desenvolver uma missão espacial completa.


    Dezenas de engenheiros foram treinados no centro de pesquisa espacial francês, mas, em 1979, o governo decidiu optar por um programa autóctone, que deu origem à Missão Espacial Completa Brasileira. Uma base de lançamento, foguete e quatro satélites deveriam ser desenvolvidos em cerca de dez anos.


    Passados quase 30 anos, temos pouco a comemorar sobre esse programa. Foram desenvolvidos e lançados (por foguetes americanos) os dois primeiros satélites e o veículo lançador ainda está em desenvolvimento. O lado positivo a lembrar é a formação de pessoas e equipes, mas falta um projeto governamental de longo prazo nessa área.


    Países como Índia, Israel e China têm programas espaciais avançados, pois, além de decisões políticas assertivas, trabalharam desde o início com outros países, incentivaram e implantaram empresas dedicadas à tecnologia espacial.
    No Brasil, talvez um único exemplo de sucesso de parceria na área espacial seja o CBERS (sigla em inglês para Satélite Sino-Brasileiro de Recursos Terrestres). Fruto de um acordo assinado entre os dois países em julho de 1988, resultou até o momento no lançamento de três satélites (o último em setembro), intercâmbio permanente de pesquisadores e engenheiros, capacitação e envolvimento de empresas brasileiras no projeto.


    Programas espaciais são empreendimentos que exigem políticas públicas e planejamento de longo prazo; definição clara de metas; orçamentos compatíveis com os requisitos do desenvolvimento e fabricação de equipamentos espaciais que não são de larga escala industrial. No entanto, permitem aos que neles investem um lugar privilegiado entre os países com evolução tecnológica avançada.


    O Brasil precisa de um PAC na área espacial, um programa que, emanado do governo, defina afinal o que o país pretende e pode fazer nessa área. Não somente para até o final deste ou do próximo mandato mas também para os próximos 20 anos, pois assim se pensa um programa espacial.
    Com um orçamento anual de US$ 130 milhões, o que é pouco comparado com países como Índia (cerca de US$ 600 milhões/ano) e China (que tem até programas de missões lunares), que já têm foguetes, satélites e bases de lançamento, precisamos definir e privilegiar claramente algumas áreas que atendam grandes demandas nacionais.



    MARCO ANTONIO RAUPP , 69, matemático, doutor pela Universidade de Chicago (EUA), é o presidente da SBPC (Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência). Foi diretor do Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais) e do Laboratório Nacional de Computação Científica.


    Os artigos publicados com assinatura não traduzem a opinião do jornal. Sua publicação obedece ao propósito de estimular o debate dos problemas brasileiros e mundiais e de refletir as diversas tendências do pensamento contemporâneo. debates@uol.com.br


    PT Inovação planeja nova fábrica de software no paísVolta

    Valor Econômico

    Murillo Camarotto
    04/10/2007

    Paulo Nordeste, da PT Inovação: "Estamos fechando um ciclo de descoberta"



    A PT Inovação, braço tecnológico da operadora portuguesa de telefonia Portugal Telecom, anunciou ontem a construção de uma fábrica de softwares no Brasil. Segundo o presidente da companhia, Paulo Nordeste, a idéia é expandir a capacidade para buscar novos clientes nos mercados brasileiro e da América Latina. Atualmente, a PT Inovação conta com seis clientes no Brasil, sendo a Vivo o principal deles.



    O grupo português ainda não decidiu a localização da nova fábrica, que deve entrar em funcionamento no primeiro semestre de 2008.



    Segundo Nordeste, a companhia está negociando as condições oferecidas por diversos Estados. A instalação também depende da presença de uma universidade local forte, com a qual a PT Inovação pretende firmar parceria. Numa entrevista à imprensa, o executivo disse apenas que a unidade ficará fora de São Paulo -onde a companhia já tem uma unidade, com 120 funcionários.



    "Estamos fechando um ciclo de descoberta. O segundo ciclo, a partir de agora, será a conquista do mercado brasileiro e da América Latina", disse Nordeste.

    O executivo explicou que os softwares desenvolvidos no país serão consumidos internamente e exportados para os clientes internacionais da empresa.



    A PT Inovação chegou ao Brasil no fim de 2001, onde oferece, por exemplo, softwares para plataformas de cobrança de celulares pré-pagos. Agora, o foco será em sistemas que permitem o acompanhamento em tempo real de todas as chamadas feitas e recebidas pelos clientes de uma operadora de telefonia.



    Com a crescente participação dos serviços de transmissão de dados (vídeos, música, internet etc), a aposta da PT Inovação é de que esse tipo de controle se tornará cada vez mais importante para as teles.



    A expectativa da PT Inovação é de que a nova fábrica possibilite um salto de 30% no faturamento da companhia, que deve fechar 2007 em R$ 40 milhões.


    Brasil pressiona a OMC pelo etanolVolta

    Proposta é que o combustível entre na lista de bens ambientais para que tarifa de importação seja eliminada



    O Estado de São Paulo

    Jamil Chade

    04/10/2007



    Genebra - O Brasil apresentou uma proposta à Organização Mundial do Comércio (OMC) com a qual espera incluir definitivamente o etanol em um acordo de liberalização de tarifas de importação em todo o mundo.


    O Itamaraty sugeriu que cada país apresente uma lista de bens ambientais que teriam as tarifas reduzidas a zero. Hoje, o que existe é apenas uma lista de cerca de 350 produtos identificados pelos países ricos como bens ambientais, que fariam parte das negociações. Nessa lista, o etanol é a única energia renovável que não está incluída.


    Hoje, as exportações de etanol do Brasil pagam altos impostos para entrar tanto no mercado europeu quanto no americano. Em negociações bilaterais, o Itamaraty não tem conseguido convencer Washington e Bruxelas a reduzir as taxas.

    Na OMC, o debate até agora apenas patinou. Isso porque os países ricos se recusam a incluir o etanol na lista de bens ambientais que teriam as tarifas eliminadas. A classificação, porém, inclui energia solar, tecnologia para o tratamento de água e até iate e bicicletas, que supostamente seriam bens que não poluem.


    O Brasil já deixou claro que não aceitará a lista feita pelos países ricos na OMC e sugere que cada governo faça a sua oferta do que está disposto a liberalizar e apresente uma lista de setores que gostaria de ver incluído nas negociações. A sugestão brasileira provocou polêmica, principalmente entre os países ricos.


    No debate realizado nos últimos dois dias em Genebra, delegações de governos europeus voltaram a questionar até que ponto o etanol seria de fato um produto ambientalmente correto. Os suíços, por exemplo, apontam que estão internamente debatendo quais seriam as condições adequadas para a produção do etanol.


    O Brasil reagiu aos comentários alegando que não poderia haver uma lista de bens ambientais na OMC sem a inclusão do etanol. Diplomatas do Itamaraty revelam ainda que estão trabalhando ao lado do Ministério do Meio Ambiente para analisar quais seriam os setores em que o Brasil estaria disposto a abrir seu mercado. O objetivo da avaliação é não eliminar as tarifas para uma área em que um programa nacional esteja sendo desenvolvido, como no caso da energia solar.


    “Vamos ver quais são exatamente as tecnologias que não temos e nos interessa eliminar tarifas e quais vamos manter para não acabar matando um programa de desenvolvimento local que esteja já ocorrendo”, explicou um negociador do Itamaraty.


    A proposta brasileira apresentada à OMC ainda sugere que produtos agrícolas orgânicos também possam ser comercializados livre de tarifas de importação em todo o mundo no futuro. Mais uma vez, alguns países desenvolvidos contestaram o projeto, alegando que seria difícil identificar esses produtos. O Brasil, em contrapartida, defende que uma classificação seja estabelecida.

    Outra idéia sugerida na mesma proposta brasileira é para que se garanta que cada produto considerado bem ambiental possa se beneficiar da transferência de tecnologia.


    Com R$ 1 bi em caixa, os Szajmans agora vão se dedicar à tecnologia Volta

    Após venda para a Sodexho, a família vai apostar em cartões pré-pagos e aplicar o dinheiro em fundos ao redor do mundo



    O Estado de São Paulo

    Patrícia Cançado e Ricardo Grinbaum

    04/10/2007



    Nos anos 90, o Grupo VR chegou a ter uma frota de 100 carros blindados só para entregar vales de papel no Brasil inteiro. Há quase dez anos, porém, o VR vendeu a frota, digitalizou toda a papelada e criou a SmartNet, a empresa de tecnologia do grupo que captura e processa os pagamentos eletrônicos. No fim de setembro, a família Szajman abandonou de vez a era do vale-benefício ao vender o negócio para a francesa Sodexho por R$ 1 bilhão. Agora, o grupo quer espalhar o conceito dos cartões inteligentes e pré-pagos para outras áreas como transporte, saúde e varejo.


    'Vamos atuar como a Intel. Ela não vende computador, mas a tecnologia que está por trás da máquina. Vamos ser como uma 'Intel inside' para empresas de vários ramos, já incluindo a própria Sodexho', afirma Cláudio Szajman, presidente do Grupo VR e filho do fundador, Abram.


    O dinheiro da venda irá para a holding dos Szajmans, que além da SmartNet, controla o BancoVR, a gravadora Trama, uma incorporadora imobiliária e um fundo de investimentos em ativos no mundo inteiro. 'Como a gente vai dividir o dinheiro, eu vou resolver', diz Abram, o fundador.


    Por enquanto, o que está definido é que a família não pretende inventar a roda, mas investir nos negócios que já possui. Nos próximos cinco anos, eles vão aplicar entre R$ 100 milhões e R$ 200 milhões na SmartNet. Em vez de gastar dinheiro na construção da rede - hoje com 100 mil terminais eletrônicos em 1200 cidades -, o grupo vai buscar novos mercados.


    O foco são serviços onde o uso de cartão está se popularizando. A atuação na área da saúde é o que está mais claro para o grupo. 'Nesse mercado, a automação vai ajudar na identificação do usuário do sistema de saúde e na liberação de autorizações para consultas e exames', explica Cláudio.


    Fiocruz e UFRJ oferecem mestrado e doutorado em propriedade intelectual Volta

    Mídia eletrônica: Revista Fator

    http://www.revistafator.com.br

    03/10/2007



    Encerram-se em 31 de outubro as inscrições para o primeiro programa de pós-graduação stricto sensu em propriedade intelectual e políticas de inovação no Brasil. Resultado de uma parceria entre o Instituto de Economia da UFRJ e a Fiocruz, o curso foi aprovado pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes/MEC). São 15 vagas para mestrado e 15 para doutorado. O início das aulas está previsto para o primeiro semestre de 2008. De caráter multidisciplinar, o programa foi dividido em três áreas de concentração: governança e políticas públicas; instituições, estratégias e desenvolvimento; e inovação, propriedade intelectual e desenvolvimento. A pós-graduação abrigará o desenvolvimento de pesquisas voltadas à formulação de políticas de propriedade intelectual no âmbito da Fiocruz, do Ministério da Saúde e das relações internacionais nas quais o Brasil negocia os direitos de propriedade intelectual. Mais informações: www.ie.ufrj.br /Por: IVFRJ

    quarta-feira, 3 de outubro de 2007

  • Empresas criam registro on-line de propriedade intelectual

  • Câmara do Rio cria disque-pirataria

  • ONGS solicitam audiência pública para discutir ações do INPI

  • Indústria tem de aumentar seu papel na pesquisa tecnológica, defende especialista

  • União para a inovação

  • Brasil querconvencer UE de que etanol não afeta florestas

  • TV Digital entrará em operação em dezembro com conversor a R$ 700

  • Inventor usamicroondas para capinar

  • Ministro Gil participa de conferência de tecnologia do MIT

  • Libbs inaugurafábrica e reforça laboratório

  • Celular multimídiacom muito estilo

  • Por que o Brasil é ruim de inovação?

  • Celebre a inovação alémdos gadgets

  • Evangelizadora do design
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    Mídia eletrônica: Folha Online

    http://www1.folha.uol.com.br

    da Efe, em Madri

    02/10/2007

    As empresas espanholas Safe Creative e NTT Europe Online iniciaram um serviço de registro, certidão e consulta de direitos de propriedade intelectual na internet.

    Segundo os promotores da iniciativa, o site www.safecreative.org serve para os criadores "registrarem e depositarem suas obras em qualquer formato gratuitamente". O sistema permite ao internauta registrar seus artigos automaticamente quando são publicados.

    O serviço "global, livre, aberto, independente e gratuito" facilita a autogestão de direitos. Segundo os criadores, a nova ferramenta "dificulta o plágio das obras e facilita a difusão e conhecimento dos artistas".

    A Safe Creative conta com uma plataforma tecnológica e uma infra-estrutura fornecida pela NTT Europe Online. Seu foco é "se transformar em um modelo de registro de alcance global".


    Câmara do Rio cria disque-piratariaVolta

    Serviço recebe denúncias sobre produtos piratas e locais de venda.

    Cidadão pode fazer denúncias sem se identificar.


    Mídia eletrônica: Portal G1

    http://g1.globo.com

    Do G1, no Rio

    02/10/2007



    A comissão especial da Câmara Municipal do Rio de Janeiro, que investiga a pirataria e outros crimes de violação de direitos autorais, marcas e patentes, criou o serviço disque-pirataria. O cidadão que se sentir lesado por comprar produtos falsificados poderá recorrer ao disque e não precisará se identificar.


    O serviço recebe denúncias de locais onde estejam sendo comercializados produtos piratas, como pilhas, roupas, sapatos, DVDs, CDs, brinquedos e até remédios. A iniciativa foi do vereador Dr. Nelson Ferreira (PR), que pretende também realizar blitz em diversos pontos do município do Rio para flagrar ações de pirataria. Segundo a assessoria do vereador, a primeira blitz deve ser feita no mercado popular Saara, no centro do Rio.


    O número do disque-pirataria é (21) 3814-2157 e o serviço funciona das 9h às 17h.


    ONGS solicitam audiência pública para discutir ações do INPIVolta

    Mídia eletrônica: Agência de Notícias da AIDS

    http://www.agenciaaids.com.br

    02/10/2007



    ONGs ligadas ao Grupo de Trabalho sobre Propriedade Intelectual da Rede Brasileira pela Integração dos Povos (GTPI/REBRIP) solicitaram ao presidente da Comissão de Direitos Humanos e Minorias da Câmara dos Deputados, deputado federal Luiz Couto (PT/PB), a realização de uma audiência pública para a discussão das diretrizes para o exame de pedidos de patentes nas áreas farmacêuticas e biotecnológicas adotadas pelo Instituto Nacional de Propriedade Industrial (INPI). Um pedido semelhante foi formulado pelo deputado Paulo Teixeira (PT/SP) e ambos foram apreciados e aprovados na última reunião da Comissão, realizada dia 19 de setembro. As ONGs aguardam o agendamento da audiência e esperam a presença de representantes do INPI, dos Ministérios da Saúde, do Desenvolvimento, Indústria e Comércio, da sociedade civil organizada e de outros setores do governo ligados ao tema.


    O INPI, a autarquia federal responsável pela análise e concessão de patentes no Brasil, estabeleceu critérios internos de exame dos pedidos de patentes farmacêuticas e biotecnológicas para patentes depositadas após dezembro de 1994. Tal documento dita aos examinadores a interpretação dos requisitos da lei brasileira de propriedade industrial (Lei 9.279/96), especialmente sobre o que deve ou não ser patenteado. As diretrizes em vigor ampliam os requisitos de patenteabilidade para além dos limites expressos na lei brasileira, sendo por isso consideradas pelo GTPI contrárias ao interesse social e o desenvolvimento tecnológico e econômico do país, além de danosas à saúde pública e ao desenvolvimento da indústria farmacêutica nacional ao conceder patentes indevidas, por exemplo, para medicamentos não inovadores.


    A revisão das diretrizes do INPI é urgente e necessária para que o interesse público possa ser devidamente resguardado, em cumprimento às leis em vigência no país e à Constituição Federal. O órgão iniciou o processo de revisão das diretrizes através de consultas públicas em agosto, porém as consultas não apresentam regras claras e impedem a participação qualificada da sociedade civil. O INPI disponibilizou apenas um e-mail para contribuições sobre temas importantes que foram definidos em reuniões anteriores, fechadas à participação da sociedade e desprovida de critérios claros para o convite à participação.

    Procurando contribuir para a realização de consultas abertas e transparentes, o GTPI/REBRIP e outras instituições e pesquisadores enviaram cartas ao INPI e também a diversos ministérios relatando suas preocupações com a concessão indevida de patentes e o conseqüente impacto no acesso a medicamentos no país. O objetivo do grupo é conseguir a revisão urgente das diretrizes do INPI, de forma que ela seja norteada pelo princípio da legalidade, permitindo o amplo debate público e o controle social.


    Fonte: ABIA


    Indústria tem de aumentar seu papel na pesquisa tecnológica, defende especialista Volta

    Mídia eletrônica: TI Inside

    http://www.tiinside.com.br

    02/10/2007



    O representante do Instituto de Tecnologia para o Desenvolvimento (Lactec), Jorge Bounassar Filho, apontou nesta terça-feira (2/10), durante seminário da Comissão de Ciência e Tecnologia, Comunicação e Informática da Câmara dos Deputados, para a necessidade de aumentar o papel da indústria na pesquisa tecnológica. Ele observou que quase 70% dos pesquisadores brasileiros estão nas universidades, enquanto nos países desenvolvidos a maioria trabalha na indústria.

    Bounassar afirmou que a inovação tecnológica, "última etapa do desenvolvimento científico", não cabe às universidades. "A inovação leva ao desenvolvimento, à competitividade, à competência e ao valor agregado. Uma ação que se faz na indústria", definiu. Segundo ele, cabe à academia desenvolver ciência, que é um passo fundamental para a inovação.


    Na opinião de Bounassar, os institutos de pesquisa são instituições mais ágeis, que podem responder melhor às demandas da indústria e fazer o elo com a academia, com o objetivo de transformar desenvolvimento científico e tecnológico em produtos e processos.


    O superintendente do Instituto Euvaldo Lodi em Santa Catarina (IEL-SC), Natalino Uggioni, lembrou, por sua vez, que a inovação tecnológica envolve riscos. Segundo Uggioni, a pesquisa tecnológica depende de um tripé que inclui inteligência competitiva, planejamento estratégico e processo de desenvolvimento de produtos.


    Com informações da Agência Câmara. Da Redação


    União para a inovaçãoVolta

    Mídia eletrônica: Agência Fapesp

    http://www.agencia.fapesp.br
    Por Thiago Romero

    03/10/2007



    Agência FAPESP – Seguindo a premissa de que duas ou mais empresas juntas podem oferecer melhores soluções tecnológicas ao mercado, foi lançada oficialmente a Rede de Apoio à Inovação Tecnológica nos Empreendimentos em Criação (Raitec), na manhã desta terça-feira (2/10), na capital paulista, durante a 14ª edição do Café Tecnológico do Centro Incubador de Empresas Tecnológicas (Cietec).

    O objetivo é unificar os esforços de 247 empresas residentes em dez incubadoras no Estado de São Paulo, de modo a aumentar suas taxas de sucesso no mercado, alavancar novos negócios e criar diferentes canais de comunicação entre as empresas. O projeto é apoiado pela Financiadora de Estudos e Projetos (Finep).



    As incubadoras vão investir, até dezembro de 2008, R$ 981 mil em atividades como outros cafés tecnológicos, participações em feiras de negócios, implantações de sistemas para avaliação das empresas e registros de marcas, patentes e softwares.



    “Também fazem parte dessas ações o aprimoramento dos planos de negócio de pelo menos 50 novos empreendimentos que desejam se candidatar às incubadoras, além da capacitação dos empresários para o acesso a financiamentos oferecidos pelas principais agências de fomento do país”, disse o gerente executivo do Cietec, Sérgio Risola. “A nossa intenção é aproximar as demandas do mercado das empresas da rede, que estão num raio de 50 quilômetros da capital paulista”, afirmou.



    A rede deverá ainda, segundo Risola, aprimorar o modelo de gestão das incubadoras no acompanhamento de suas empresas por meio de plataformas computacionais integradas. O “pacote” inclui ainda cursos, oficinas e consultorias em assuntos diversos, como gestão empresarial, marketing, negociação com investidores e maneiras de atrair capital de risco.



    “Os pequenos e médios empresários, com a agregação do conhecimento dos pesquisadores da academia, representam os atores principais para o desenvolvimento da inovação tecnológica. Então, nada melhor do que criarmos uma rede para que as empresas incubadas gerem riqueza e tenham maiores chances de se tornar globais”, disse Cláudio Rodrigues, presidente do Conselho Deliberativo do Cietec e superintendente do Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (Ipen).



    Levantamento apresentado no Café Tecnológico Raitec mostra que, apesar de 55% das empresas das dez incubadas ter como foco de seus negócios o cenário nacional, 71% delas demonstram interesse pela exportação de seus produtos e serviços.



    Além do Cietec, compõem a Raitec a Incubadora de Empresas de Guarulhos, Incubadora de Empresas Barão de Mauá, Incubadora Aceleradora de Empreendimentos, In Nova Incubadora Tecnológica e Educacional de Santo André, Incubadora da Fundação de Estudos Agrários “Luiz de Queiroz”, Incubadora de Empresas de Santos, Incubadora Tecnológica de Empresas de Sorocaba, Incubadora de São Bernardo do Campo e Incubadora Tecnológica de Mogi das Cruzes.



    Para facilitar o aporte de recursos financeiros e o gerenciamento das atividades, as 247 empresas de base tecnológica residentes foram distribuídas em seis grandes áreas de cooperação: tecnologia da informação, medicina e saúde, meio ambiente, eletroeletrônico, biotecnologia e metalmecânico.


    Brasil quer convencer UE de que etanol não afeta florestas Volta

    Missão brasileira vai mostrar a deputados europeus como é a produção



    O Estado de São Paulo

    Jamil Chade

    03/10/2007



    O Brasil está montando uma campanha para tentar convencer a opinião pública européia de que a produção do etanol não está afetando a Amazônia e que o País está tomando medidas para evitar o desmatamento com o cultivo da soja. Hoje, em Bruxelas, o governo brasileiro e entidades de produtores se reunirão pela primeira vez com deputados do Parlamento Europeu e com representantes da sociedade civil para mostrar como a soja e o etanol estão sendo produzidos.


    A União Européia (UE) teme que o Brasil esteja ignorando aspectos ambientais na produção agrícola e planeja a criação, até o fim deste ano, de um certificado para controlar o comércio do etanol.


    A missão brasileira será composta por diplomatas, pela Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais (Abiove), Instituto Brasileiro do Agronegócio (Abag) e Associação de Produtores de Soja de Mato Grosso (Aprosoja).


    'O objetivo principal da visita é apresentar as ações do agronegócio brasileiro na área ambiental, particularmente nos setores de soja e etanol', explicou um diplomata em Bruxelas. Governo e setor privado garantem que não vão apenas negar a existência dos problemas. Segundo diplomatas, as entidades pretendem assumir uma 'postura ativa' nos debates ambientais.


    No setor da soja, os debates serão concentrados na avaliação da moratória do comércio do produto cultivado na Amazônia, que completa um ano. Outro ponto da agenda será a garantia de que se desenvolva uma 'soja responsável', ou seja, que garanta padrões trabalhistas e ambientais. Por fim, a recente criação do Instituto do Agronegócio Responsável será debatida.


    Nas discussões sobre o etanol, o vice-presidente da Abag, Luiz Carlos Carvalho, vai mostrar as práticas de produção do combustível e as regiões no Brasil onde isso ocorre. A relação entre o etanol e a redução das emissões de gases de efeito estufa também será avaliada.




    Entre os deputados europeus, os alemães Karsten Hoppenstedt e Albert Dess estão liderando a iniciativa. Mas muitos destacam que o Brasil não ganhará todo o mercado que prevê se não convencer a opinião pública européia de que não está causando mais danos que benefícios à ecologia.


    As declarações do ministro da Agricultura, Reinhold Stephanes, favoráveis à entrada da cana em áreas da Amazônia, na semana passada, repercutiram negativamente na União Européia. Para deputados europeu e ONGs ligadas à preservação do meio ambiente, essa decisão vai prejudicar a imagem do etanol. O porta-voz da Comissão Européia para temas agrícolas, Michael Mann, reafirmou que a UE vai garantir que o combustível comprado pelos países do bloco seja de fontes sustentáveis.


    TV Digital entrará em operação em dezembro com conversor a R$ 700Volta

    Transmissão começa pela Grande São Paulo, com um custo para o consumidor maior que o previsto pelo governo



    O Estado de São paulo

    Márcia De Chiara

    03/10/2007



    A TV digital começa a funcionar em escala comercial dentro de 60 dias. A partir de 2 de dezembro, apenas os moradores da Grande São Paulo vão ter disponível a nova tecnologia de transmissão de sinais de televisão. O novo sistema entra em operação quase sete anos depois das primeiras discussões sobre o assunto e com um custo diferente do que havia sido imaginado.

    Só o conversor - equipamento básico que vai receber a transmissão digital em UHF e enviá-la para uma TV normal - deve custar R$ 700 ou mais para o consumidor, segundo Lourival Kiçula, presidente da Eletros, que reúne os fabricantes de produtos eletroeletrônicos, que apresentou ontem o Painel TV Digital no Brasil.


    'A produção dos componentes do conversor é pequena. A idéia é ter um equipamento mais barato possível, mas as boas surpresas devem ocorrer só após o quinto ou sexto ano de produção', afirmou Kiçula, fazendo referência à provável queda nos preços.


    Em agosto deste ano, o ministro das Comunicações, Hélio Costa, chegou a dizer que o conversor chegaria ao mercado por R$ 200. Dois anos antes, ele mesmo tinha afirmado que, nos Estados Unidos, o equipamento custava cerca de US$ 30 (R$ 56) e no Brasil o preço até poderia ser menor.


    Outra diferença em relação ao inicialmente previsto diz respeito a interatividade da TV digital, isto é, a possibilidade de o telespectador comprar, por exemplo, a roupa do artista da novela por meio do controle remoto da TV. 'Essa interatividade plena deverá ser possível num segundo momento, dentro de um ano', observou o vice-coordenador do Módulo de Mercado da TV Digital, José Marcelo Amaral.


    Ele acredita que, depois da Grande São Paulo, a próxima região que terá transmissão digital será o Rio de Janeiro, no início do ano que vem, seguido por Minas Gerais e o Distrito Federal. O prazo máximo para a entrada dos demais Estados é de cerca de dois anos.


    Amaral contou que todas as emissoras de TV já estão produzindo a programação normal digitalizada. O grande teste agora será a transmissão dos sinais digitais. De toda forma, ele observa que a mudança não se dará do dia para a noite. Por cerca de dez anos, os dois sinais, o analógico (atual) e o digital (novo), vão conviver. E o consumidor terá a possibilidade de escolha.


    Amaral ressaltou, no entanto, que a TV digital, que será gratuita na transmissão, poderá resolver, por exemplo, um problema de fantasmas e chuviscos na imagem que hoje afeta a TV aberta. Prova disso, disse ele, só em São Paulo, boa parte dos assinantes da TV a cabo assiste a TV aberta e usa o serviço para melhorar a imagem. 'A TV por assinatura é uma solução onerosa', ponderou.

    Para um dos coordenadores do Fórum da TV Digital, e executivo da Rede Globo, José Land, 'a partir do dia 2 de dezembro a televisão vai entrar numa nova era'. Com objetivo de tornar esse projeto possível, começa hoje uma campanha publicitária que será exibida nas seis emissoras de TV - Cultura, SBT, Globo, Record, Rede TV e Bandeirantes - para explicar a mudança. Os fabricantes investiram cerca de R$ 1 milhão nos seis filmes publicitários feitos pela agência de publicidade interna da Rede Globo.


    O executivo conta que a campanha da TV digital será exibida três vezes por dia nas seis emissoras de TV, nos períodos da manhã, tarde e noite, para, gradativamente, despertar o interesse do telespectador.


    O mote da campanha é uma família de classe média brasileira. A família hipotética é a Nascimento, formada pelo pai Fernando; a mãe Claudia, os filhos André e Taís, a empregada Dolores e o vizinho Peixoto.


    A intenção é, a cada filme, introduzir de forma didática a informação do que é a TV digital e de como ela irá funcionar, a partir situações específicas. Um dos filmes traz à tona a interatividade da TV digital, quando, por exemplo, a mulher diz para o marido que ele não conversa com ela, mas com a TV digital ela terá essa chance.



    COMO FUNCIONARÁ A TV DIGITAL

    O que é TV Digital?

    É uma nova tecnologia de transmissão de sinais de televisão que proporciona melhor qualidade de imagem e som, interatividade e mobilidade

    Quando começa?

    A TV Digital estréia no dia 2 de dezembro, apenas na Grande São Paulo. Há um cronograma de implantação gradual ainda não definido. Depois de São Paulo, a próxima região será o Rio de Janeiro, no começo de 2008, seguido por Minas Gerais e Distrito Federal

    É preciso pagar algo pela TV Digital?

    Não, é gratuita

    Quais equipamentos são necessários para captar os sinais?

    Ter uma antena de UHF (interna ou externa)para captar os sinais, comprar um conversor digital, que vai receber a transmissão digital em UHF e enviá-la

    para uma TV normal. Fabricantes colocarão no mercado aparelhos com sintonizador embutido, que dispensa o conversor

    Quanto custará o conversor e a TV digital com sintonizador embutido?

    Fabricantes calculam que o conversor não deve sair por menos de R$ 700, muito acima do previsto pelo governo, que é na faixa de R$ 200. Quanto às TVs com sintonizador embutido, ainda não há previsão de preço

    É possível ter um conversor apenas para sintonizar várias TVs?

    Sim, mas, nesse caso, todos as

    TVs da casa estarão sintonizados no mesmo canal. Para sintonizar canais diferente, é preciso um conversor por aparelho de TV

    Qual será a programação digitalizada disponível a partir de 2 de dezembro?

    Todas as seis emissoras - Cultura, SBT, Globo, Record, RedeTV e Bandeirantes - terão a grade normal de programação digitalizada.

    Nem toda a programação será transmitida em alta definição

    A interatividade estará disponível a partir de dezembro?

    Não. O Fórum que reúne indústria e fabricantes está definindo as especificações do software que irá fazer a interatividade

    Todos os programas transmitidos de forma digital serão transmitidos no formato de cinema (16 por 9)?

    Nem todos os programas serão transmitidos no formato de tela de cinema. Quando essa transmissão for recebida por uma TV comum, duas faixas pretas aparecerão, abaixo e acima da imagem

    Quando a transmissão analógica, em funcionamento hoje, vai acabar?

    Os dois sistemas vão conviver e o desligamento das transmissões analógicas será em 2016.


    Inventor usa microondas para capinarVolta

    “Enxada eletrônica” foi inventada por Irineu Santos, de Florianópolis, que garante que o mato não rebrota



    O Estado de São Paulo

    Niza Souza

    03/10/2007



    Após montar um laboratório em casa e desmontar 16 fornos de microondas, o cientista Irineu de Oliveira Santos, de Florianópolis (SC), descobriu como controlar e direcionar o calor emitido pelo eletrodoméstico. A partir desta descoberta, desenvolveu uma tecnologia, que ele chama de enxada eletrônica, capaz de substituir o uso de agrotóxicos no combate de pragas e ervas daninhas.

    PROTÓTIPO

    'O aparelho é um emissor de microondas. Acoplei o protótipo na ponta de um cabo. Assim, consegui direcionar as ondas para um local específico, como se fosse o foco de uma lanterna', explica Santos. Segundo ele, o aparelho aquece muito rápido, e varia de 60 a 600 graus, que é a temperatura máxima, em 45 segundos. O calor penetra no solo, elimina pragas e desidrata ervas daninhas até a raiz. E a palha ainda transforma-se em adubo.


    Ele garante que não há perigo de radiação. Mas recomenda que o operador use uma bota refletiva ou branca. O equipamento tem um dispositivo que permite a regulagem da profundidade de penetração da microonda no solo. Pode penetrar até meio metro, com capacidade de uso efetiva.


    A tecnologia já foi testada, certificada pelo departamento de Engenharia Elétrica da Universidade Federal de Santa Catarina e pela Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural de Santa Catarina (Epagri). Também já foi patenteada no Brasil e nos Estados Unidos.


    O primeiro aparelho comercial foi a enxada individual. 'Já vendi seis unidades', diz ele. Depois, aperfeiçoou a tecnologia, a pedido da prefeitura de Itajaí (SC), conta, para substituir a capina com agrotóxicos em vias públicas.


    GRANDES ÁREAS


    'O equipamento foi acoplado a um caminhão, com três camadas de segurança para absorver as microondas, e tem capacidade para capinar até 3 quilômetros por hora. Com a vantagem de que o mato não rebrota', destaca. Ele diz ainda que já comprovou a viabilidade do uso da enxada eletrônica em grandes áreas, pois pode ser acoplada a um trator, com vários emissores de microondas. Vale lembrar que a enxada é elétrica e necessita de gerador de energia.


    Agora, o cientista-inventor busca parceiros para desenvolver a tecnologia em escala comercial. Ele estima que a enxada individual pode chegar ao mercado por R$ 500. Para uso agrícola, modelos acoplados a tratores, o preço seria de R$ 14 mil.


    INFORMAÇÕES: Irineu Santos, tel. (0--48) 3333-6935 ou deusele@terra.com.br


    Ministro Gil participa de conferência de tecnologia do MIT Volta

    Folha de São Paulo

    03/10/2007


    A Conferência de Tecnologias Emergentes, realizada entre 25 e 27 de setembro, nos EUA, pelo MIT (Instituto de Tecnologia de Massachusetts), reuniu políticos, líderes da indústria e tecnólogos dos quatro cantos do mundo. O ministro da Cultura, Gilberto Gil, foi um dos participantes. Ele afirmou que, no Brasil, a tecnologia digital está sendo usada para promover mudanças sociais e pode representar uma maneira de tornar o acesso à informação mais democrático. "Hoje, o telefone celular é um item de fetiche do design de consumo. Potencialmente, ele pode se tornar uma ferramenta de ativismo", disse. John Hanke, diretor do Google Earth e do Google Maps, e Tariq Krim, fundador do Netvibes, também estiveram entre os presentes.


    Libbs inaugura fábrica e reforça laboratório Volta

    Valor Econômico

    André Vieira
    03/10/2007

    A Libbs, laboratório brasileiro, inaugura amanhã sua nova fábrica de produção de medicamentos, que inclui também uma área de desenvolvimento de novas formulações e síntese de insumos farmacêuticos.



    As instalações, de 33,6 mil metros quadrados, ficam em Embu, na Grande São Paulo, onde a empresa poderá produzir quase 54 milhões de caixas de medicamentos por ano, o triplo de hoje, informou a Libbs por meio de comunicado ao Valor. A empresa terá também um centro de desenvolvimento integrado formado por um conjunto de laboratórios para atender tanto as áreas farmacêutica e farmoquímica, em classes terapêuticas como cardiologia, ginecologia e oncologia. A empresa já tinha uma unidade de química fina em Embu, uma das poucas existentes no Brasil, que será integrada ao centro.



    Os investimentos realizados chegam a R$ 100 milhões e fazem parte do primeiro empreendimento aprovado pelo Profarma, o programa de incentivos à indústria farmacêutica nacional, criado pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). O banco oficial liberou R$ 16,9 milhões para a construção da fábrica e outros R$ 15,8 milhões para a pesquisa e o desenvolvimento de cinco novos medicamentos. A contrapartida da Libbs nos empréstimos do BNDES chega a 80%.



    Com a nova unidade, a empresa pretende aumentar suas exportações. Em 2006, a Libbs obteve certificação da BWG, a agência regulatória alemã, permitindo exportar 20% do volume produzido pela unidade de ingredientes ativos. A previsão é dobrar o percentual em três anos. No fim de 2008, a empresa prevê obter o primeiro registro internacional, habilitando a venda de produtos acabados ao exterior.



    A Libbs possui uma unidade na capital paulista, no bairro de Pompéia, que será desativada, com transferência da produção para a nova fábrica. Faltam apenas completar a instalação das unidades de oncologia e hormônios.



    A Libbs, criada em 1959, é controlada pela família Mendonça Athayde. As vendas chegaram a R$ 358 milhões no ano passado, segundo dados do IMS Health fornecidos pela empresa. Não estão incluídas às vendas na área oncológica A expectativa é alcançar os R$ 370 milhões neste ano. Segundo sua assessoria de imprensa, a empresa não contempla no momento a abertura de capital nos próximos 12 meses.


    Celular multimídia com muito estilo Volta

    Jornal do Commercio

    03/10/2007

    A parceria entre a empresa japonesa Samsung Eletronics e a dinamarquesa Bang & Olufsen, conhecida pelo design dos seus aparelhos de áudio, acaba de render mais um fruto: o telefone celular Serenata, que tem 4 GB de espaço interno e muitas funções similares ao iPhone, da Apple. Segundo Anthony Lee, porta-voz da Samsung, o aparelho, que ainda não tem preço definido, estará à venda até o final do mês na Europa.


    Como o design teria que ser inovador, mantendo a linha dos outros produtos da Bang & Olufsen, o Serenata parece um celular do futuro: na metade superior fica um tipo de track ball (bola) de navegação que dispensa os botões. A tela LCD de 2,26 polegadas é sensível a toque e fica abaixo dos controles, onde os botões estariam em aparelhos convencionais. A maioria das funções é controlada através de um disco de metal, incluindo acesso a menus, discagem, escrita e reprodução de músicas. A tela sensível a toque é secundária.


    É possível alternar o modo música e telefone através de um botão, e a cor da tela - vermelho ou azul - indica qual o modo de funcionamento naquele instante. Funcionando com tecnologia 3G, o Serenata permite envio de mensagens SMS a partir do telefone e pode guardar até mil endereços na lista de contatos, além de permitir que usuários criem listas de tarefas, inscrevam contatos no calendário e falem por até três horas com a bateria cheia.


    Inspiração



    David Lewis, designer do Serenata, disse que sua inspiração veio do mar. "Os seixos, polidos pela natureza, sempre me fascinaram. Estas pedras ganharam sua forma através do movimento das águas após milhões de anos, e seu formato arredondado é singular. Isso era o que eu estava procurando".

    Geesung Choi, presidente da divisão de telecomunicações da Samsung, ressaltou que "nossa cooperação com a Bang & Olufsen tem sido muito proveitosa, já que as duas empresas dividem a paixão pela inovação e tecnologia orientado ao cliente. O Serenata muda completamente a maneira de usar um celular".


    Por que o Brasil é ruim de inovação?Volta

    Alta dose de confiança nas relações pessoais. Líderes pragmáticos.

    Meritocracia. Transparência. Inovação. A falta deles explica por que estamos comendo poeira nos principais rankings internacionais



    Revista Época Negócios

    Por Clemente Nóbrega
    Fotos Thomas Susemihl

    Edição 8 - Outubro 2007



    Todos os estudos mostram que o Brasil é ruim de inovação. Há exceções aqui e ali (não vou ficar citando estatísticas), mas, no geral, é bem ruinzinho. Por que, hein? Quando os editores de Época NEGÓCIOS pediram minha opinião, fiquei inseguro – será que teria algo a declarar? Parecia mais coisa para economista, e eu não sou da turma. Leio os caras, é verdade, mas, desculpe a franqueza, acho-os chatos (exceção: Eduardo Giannetti). Alguém ainda agüenta debates sobre política monetária? Meta de inflação? Reunião do Copom? Respostas pela ordem: não, não, não. Bem, por vezes é conveniente ser franco-atirador. Sem o pedigree dos ph.Ds., me senti liberado. Se dissesse besteira, teria a desculpa de não ser especialista. Fui pesquisar (veja referências no nosso site), anotei temas e explicações que pareciam definir um padrão, e fui costurando fragmentos de idéias de outros. Baseei essa “costura” em evidências sustentadas pelo que a ciência sabe da natureza humana. Acho que cheguei a algo, mas é você quem julga. Uma coisa, de saída, pareceu certa: a “culpa” pela falta de inovação no Brasil não é das empresas. Empresas são animais econômicos previsíveis – elas vão aonde o dinheiro está. Se têm uma certeza razoável de que vale a pena investir em inovação (ou em qualquer outra coisa), elas o farão. Se não fazem, é porque o retorno disso é incerto. O que está por trás dessa incerteza é o seguinte: o nível de inovação de um país depende de um certo tipo de software.


    Todo grupo humano – seja um país, seja uma empresa – tem um sistema operacional que define o que o grupo pode fazer. Que características deve ter o sistema operacional de um país para que ele seja capaz de inovar? A lista que compilei tinha elementos que estavam presentes em lugares tão diferentes como Suécia, Japão e Estados Unidos, por exemplo. Como Tolstói poderia ter dito, os países inovadores são ricos de maneira muito semelhante – têm sistemas operacionais que geram os mesmos efeitos. Países não inovadores, porém, são pobres cada um a sua maneira. Seus sistemas operacionais “dão pau” cada um de seu jeito. Se eu tivesse de resumir o que aprendi dos países que têm sistemas operacionais que promovem inovação, contaria a seguinte historinha:

    O CONTO DOS INOVADORES


    Nos países inovadores há um alto nível de confiança nas relações entre os indivíduos. Cooperação com base em reciprocidade é a norma mais arraigada nas relações sociais. Reciprocidade quer dizer: eu recebo proporcionalmente ao que dou. Alguém receber algo a que não faz jus não é tolerado, e não receber o que é justo em troca de uma contribuição legítima também não é.


    Quando a Enron foi para o brejo, a televisão mostrou funcionários esvaziando gavetas aos prantos (por terem perdido empregos e fundos de aposentadoria), enquanto os chefões da companhia – que fraudaram e mentiram – saíam milionários. A raiva explodiu.


    O homem da rua, o pequeno José ou João (ou Joe) não entende de finanças, estratégias ou modelos de negócio. Precisa de autoridades que o orientem. Quando um cara chamado Kenneth Lay (ex-CEO da Enron) garantiu que ia torná-lo rico, Joe acreditou. Quando percebeu que foi traído, a raiva tomou conta. Lay morreu semanas antes de ouvir sua sentença (que seria de 20 a 30 anos de prisão, no mínimo).


    O clamor público nesse episódio pode ser comparado ao que ocorreu quando a TV mostrou o que, de fato, os EUA estavam fazendo no Vietnã. Num país inovador, a informação flui livremente. Há liberdade de comerciar e mercados livres. Mercados (regulados e controlados sempre que necessário) são essenciais. O que o colapso da Enron mostrou foi que uma empresa pode até enganar seus reguladores, seus contadores, seus fornecedores, mas não pode enganar o mercado. Ou ela dá um jeito de ganhar mais do que gasta ou vai desaparecer. Pode convencer seus fi nanciadores a mantê-la à tona por um tempo, mas vai acabar afundando.


    Não há país inovador isolado do mundo. A energia empreendedora precisa de fronteiras abertas e estímulo para trocas e transações. Mas lembre-se: o mundo só vai confi ar em você se você se provar confiável. A riqueza depende de reciprocidade. O Vale do Silício é o ícone supremo da inovação, por sua cultura única de troca de informações entre engenheiros e pesquisadores (de empresas concorrentes!). Nem nos EUA há coisa igual. Os engenheiros mudam de emprego freqüentemente e ninguém liga a que eles levem segredos de uma empresa para outra. Direito à imaginação livre e competição baseada nela, imaginação.

    O que garante o funcionamento do sistema operacional de países inovadores é a regra da lei (the rule of law). Um aparato jurídico que cuida para que as normas de convivência entre pessoas e instituições sejam seguidas por todos. Um funcionário mal remunerado de uma agência governamental americana pode processar Bill Gates e quebrar o monopólio da Microsoft. A corrupção é mantida em níveis mínimos.


    Em países inovadores, é legítimo e bom acumular posses individuais. O que é seu é seu. Direito à propriedade/respeito a patentes é fundamental para induzir o investimento e a aceitação do risco por parte de pessoas e empresas. Mas países inovadores também penalizam fortemente os efeitos deletérios que a iniciativa individual possa trazer a quem não tem nada com isso. Não se admite nem pegar carona no esforço dos outros nem agir de forma a arriscar terceiros. Pirataria é crime sério. O início da reforma que está levando ao “capitalismo” chinês foi assim: os chineses passaram a ter direito de vender suas colheitas a quem pagasse mais.


    Países inovadores têm uma ética de trabalho arraigada, uma crença em melhorar de vida graças ao esforço pessoal. Meritocracia. A crença de que a recompensa virá pelo esforço que cada indivíduo coloca nesse investimento. É assim que pensam as novas gerações de indianos e chineses que trabalham e estudam 15 horas por dia, sete dias por semana, ganhando muito pouco hoje, mas preparando- se para tomar conta do mundo amanhã.


    Em países inovadores, a mentalidade “soma não zero” permeia toda a sociedade. Essa é uma norma cultural que diz que o bolo que existe hoje poderá crescer se houver colaboração. Minha vitória pessoal não se dá à custa da derrota de outro. A mentalidade oposta, “soma zero”, diz que o melhor é garantir logo sua fatia do bolo antes que outro o faça. Não há visão de destino compartilhado, ganha quem tirar mais para si.

    Países inovadores valorizam a mentalidade científica e a racionalidade na busca de soluções; sociedades pobres tendem a abraçar o oculto e o mágico. Nessas, o religioso e o político se misturam. Acham que seu destino depende de salvadores messiânicos, ou da boa vontade dos deuses, não de seus esforços pessoais.


    Países inovadores têm lideranças mais pragmáticas e menos ideológicas, que não hesitam em assumir posições impopulares para fazer o que deve ser feito. Países pobres têm versões diferentes daquilo que os antropólogos chamam de big men – lideranças truculentas que se impõem pela força, ou então populistas e carismáticos que manipulam a fraqueza e ignorância das multidões. Big men se especializam em conchavos com grupos de interesses diversos, e seu objetivo único é fi car no poder (precisa de exemplos?).


    Finalmente, nas sociedades inovadoras há competição livre e um viés forte para experimentar e aprender com a experiência – uma forma saudável de se lidar com o erro. Sociedades não inovadoras tendem a se apegar ao certo, ao sem risco, ao garantido.

    CONFIANÇA GERA RIQUEZA


    Os países mais desenvolvidos são também aqueles em que as pessoas manifestam maior confiança umas nas outras
    [Figura1]

    UMA PROPRIEDADE DIFERENTE: EMERGENTE


    Nesse ponto eu estava meio enrolado: no “conto dos inovadores”, a maioria dos elementos do enredo é, digamos, comportamental. Há pouca coisa relativa à tecnologia no sentido costumeiro. Inovação não deveria depender mais de investimentos em tecnologia? Não, não deveria. Continue lendo e entenderá por que. Se quiséssemos projetar um país inovador do zero, por onde deveríamos começar?


    Aprendi que inovação é uma propriedade emergente. Quer dizer o seguinte: num grupo (pessoas, empresas, países), inovação é algo que emerge – brota – quando existem certos encaixes entre vários elementos diferentes. Não é algo que possa ser embutido no sistema por decreto. Se o Brasil é ruim de inovação (e é mesmo), é porque faltam encaixes entre as peças certas. Ou essas peças não existem, ou os encaixes são ruins.

    Como as marcas fortes, a inovação só surge quando vários elementos que a compõem estão no lugar

    Dizem que funcionários da antiga burocracia soviética achavam que os Estados Unidos tinham um Ministério da Inovação (secreto). Esse seria o segredo mais bem guardado do país. Segundo pensavam, não se poderia ter tanta vitalidade inovadora sem que alguém estivesse gerenciando a coisa. O que ocorre é exatamente o contrário.


    A gestão da inovação é como a gestão da marca (isso que hoje chamam de branding). Uma marca forte só existe quando há muitos elementos bem encaixados: pessoas competentes, logística, distribuição, comunicação, desenvolvimento de produto, serviço ao cliente, relações com fornecedores.... A marca emerge da interação entre todas essas coisas. É impossível ter marca forte sem os encaixes adequados entre os elementos que a compõem.

    Repare que no conto dos inovadores alguns pedaços do enredo estão dentro de outros. Os temas se repetem em escalas diferentes. Cientistas chamam sistemas assim de complexos. Signifi ca que há muitas partes que interagem, e cada uma é causa e efeito das demais.


    Como não dá para separar causas e efeitos com nitidez, é difícil “desenrolar o novelo” e desenhar do zero um sistema operacional competente para que um país inove. Porém, as lições dos inovadores podem, sim, ajudar os não tão ricos a ir mais direto ao ponto.



    O QUE É MESMO A TECNOLOGIA?


    Há dois tipos de tecnologia fundamentais para a inovação. As primeiras são as tecnologias físicas. Essas são o que, em geral, temos em mente quando usamos o termo tecnologia: ferramentas de pedra lascada, foguetes espaciais, motores a explosão, microchips. Mas há outro tipo, ao qual geralmente não damos importância – as tecnologias sociais, maneiras de se organizar pessoas para colaborar em empreendimentos comuns. Por exemplo, a agricultura, a linha de montagem, a regra da lei, o dinheiro, a empresa em si, o sistema de franquia, os exércitos... É claro que as tecnologias físicas têm sido enormemente importantes, mas sem as sociais nada teria acontecido em larga escala.

    Eis o segredo, então: no mundo global/ interconectado/digital, as tecnologias sociais são mais importantes para a inovação (geração de riqueza) do que as físicas. Sem tecnologias sociais o país tem de ficar na dependência de gênios para inventar artefatos que, eventualmente (um dia, talvez, quem sabe), serão usados para gerar riqueza. Apostar em gênios fora da média (para qualquer coisa) é uma péssima idéia. No enredo do “conto dos inovadores” não há nada parecido com “pessoas fora da média”.


    Tecnologias sociais sempre foram vitais para a inovação. Nós, brasileiros, é que só estamos prestando atenção nelas agora. A China já foi líder mundial em tecnologias físicas. Inventou o ferro fundido, a bússola, a pólvora, o papel, a porcelana, a tipografi a, um monte de coisas. Sua frota era a maior do mundo, e seus navios viajavam para todo lado. Estavam prestes a virar o Cabo da Boa Esperança, subir a costa da África e “colonizar” a Europa quando um novo imperador chegou ao poder, decidiu que navios eram um desperdício e mandou desmantelar as frotas. A tradição perdeu-se. Governança (tecnologia social) é decisiva. Os países fortes em inovação têm sistemas operacionais desenhados para impedir que um maluco faça o que o imperador chinês fez. O maluco pode até chegar ao poder (pelo voto, sempre), mas não pode fazer o que lhe dá na telha.


    Tecnologias físicas e sociais co-evoluem. Henry Ford não inventou o automóvel (uma tecnologia física), mas, sim, uma forma de produzir automóveis por meio da organização do trabalho em linhas de montagem (uma tecnologia social). A General Motors tomou a liderança da Ford nos anos 20 graças a uma inovação na forma de organizar a empresa em divisões (uma tecnologia social). A Toyota tomou a liderança da GM, neste ano, graças a formas inovadoras de produção e relacionamento com fornecedores (idem).



    O Brasil está distante dos maiores inovadores na lista do Insead. O estímulo para criar é baixo

    Em 2002, fi zeram uma pesquisa com 72 países ricos e pobres. O que se investigava era aquilo de sempre: “O que torna um país mais rico que outro?”. Eric Beinhocker, da consultoria de negócios McKinsey, e autor de The Origin of Wealth (“A origem da riqueza”), comenta: “Talvez se imaginasse que os fatores determinantes da riqueza de um país fossem coisas como a existência ou não de recursos naturais, a competência das políticas de governo, ou a sofisticação de suas tecnologias físicas. Tudo isso conta, mas não é o principal. O fator mais importante são as tecnologias sociais do país. A regra da lei, a existência de direitos de propriedade, um sistema bancário organizado, transparência econômica, ausência de corrupção. Essas coisas desempenham um papel muito mais importante para o sucesso econômico do que qualquer outra categoria de fatores! Mesmo países com poucos recursos naturais e governos incompetentes se saem razoavelmente bem se têm tecnologias sociais fortes e bem desenvolvidas! O oposto é verdade – não há país com tecnologias sociais ruins que seja bom em inovação, independentemente de seus recursos naturais, e de suas políticas macroeconômicas. Tecnologias sociais têm uma infl uência enorme, e não só na escala dos países, mas na das empresas também...”.


    As tecnologias sociais é que dão as cartas em qualquer escala em que haja humanos trabalhando para produzir algo juntos. Pode ser uma empresa, pode ser um país ou uma associação deles, como a zona do euro. Se o Brasil é ruim em inovação, pode apostar que as causas estão na fraqueza de suas tecnologias sociais, não na carência de investimentos em tecnologias físicas.


    Ainda Eric Beinhocker: “No final dos anos 90, começou-se a notar um rápido aumento na produtividade da economia americana. No início, pensou-se que a origem eram as tecnologias físicas. Houvera um grande investimento em TI nas décadas anteriores. A McKinsey, porém, concluiu outra coisa – a causa real do aumento de produtividade foram mudanças na forma pela qual as empresas se organizavam e se gerenciavam, ou seja, inovações em tecnologias sociais. Eles estudaram vários setores da economia e, em particular, o varejo, onde investigaram o efeito das práticas do Wal-Mart. Inovações em formatos de negócio (com lojas enormes), somadas a sua eficiência logística, tornaram o Wal-Mart 40% mais produtivo que seus concorrentes. Isso os forçou a imitar as inovações organizacionais do Wal-Mart, e sua produtividade aumentou em 28% . Enquanto isso, o Wal-Mart continuava a inovar, aumentando a sua em mais 22%. Essa corrida ‘armamentista’ em tecnologias sociais no varejo representou quase um quarto do aumento total da produtividade dos EUA no mesmo período. Inovações em tecnologias sociais em outros setores da economia deram conta de praticamente todo o restante do crescimento americano”.

    Não foi “computador”, não foi TI, foram tecnologias sociais: gestão de estoque, logística, relacionamento com fornecedores... Exemplos como esses são comuns. A IBM, ressuscitando das cinzas no início dos anos 90 graças à reinvenção de suas tecnologias organizacionais. A Xerox, perdendo o bonde da história porque só era boa em tecnologias físicas. O famosíssimo Palo Alto Research Center da Xerox criou dezenas de produtos que tornaram outras empresas bilionárias, não ela. Ela era campeã em tecnologias físicas, mas não sabia vender o que criava; faltavam-lhe processos de comercialização.


    OS PAÍSES E A INOVAÇÃO


    O índice global do Insead classifica as nações de acordo com sua capacidade de criar um ambiente que estimula a inovação*

    [Figura2]


    *a análise envolve oito aspectos: instituições e políticas, capacidade humana, infra-estrutura, sofisticação tecnológica, negócios e mercado de capitais, conhecimento, competitividade e riqueza; O índice varia entre 1 e 7





    COMPETIÇÃO É IMPORTANTE

    Empresas que enfrentam competição têm de descobrir, permanentemente, meios de produzir alta qualidade com custo baixo. É uma busca sem fi m. Quem não é forçado a agir segundo essa disciplina (empresas monopolistas ou estatais, por exemplo) tende a oferecer produtos fraquinhos, que apenas dão para o gasto, e que sempre são produzidos com custos altos demais. Ainda a Xerox: até os anos 60 a empresa não tinha concorrentes, pois estava protegida pelas patentes do processo de fotocópia que criara. Quando expirou a proteção e os competidores surgiram (principalmente os japoneses), foi um desastre. Demorou uma década para que a empresa voltasse a ser respeitável. Teve de melhorar a qualidade de seus produtos, acelerar a inovação e aperfeiçoar processos internos. Conseguiu reduzir custos de fabricação em 20%, o que mostra quão inefi ciente era. Um padrão semelhante aconteceu na indústria automobilística que, até a entrada dos japoneses, era uma espécie de clube de comadres das quatro grandes montadoras americanas. A nova competição forçou-as a se mexer. Achataram sua pirâmide hierárquica, introduziram o processo just-in-time na gestão dos estoques, terceirizaram etapas dos processos de fabricação, modernizaram fábricas etc.


    Agora o “conto dos inovadores” fazia sentido quase totalmente. Competição, mercado, tecnologias sociais predominando sobre as físicas, tudo isso estava o.k. Porém, eu ainda não tinha amarrado o significado da confiança entre indivíduos como o elemento central da coisa toda. O que confiança tem a ver com mercado? Com competição? Com regra da lei? Com meritocracia? Veja o que descobri.


    Num país inovador, as tecnologias sociais asseguram aos indivíduos (aos Zés Manés comuns, como eu e você) que vale a pena colocar esforço pessoal em nossos empreendimentos. Vale a pena colaborar. No enredo do conto, trust (confiança) é o elemento no qual todos os demais estão contidos. Trust não é virtude de caráter ou qualidade cristã, tem de ser cultivado. Quem o cultiva e mantém são as instituições do país. Cultura conta, e muito.


    Achei que seria bastante útil colocar essa história toda num contexto mais amplo. Perdoe-me a digressão, mas ela vai nos ajudar a entender melhor por que nosso país é tão ruim em inovar. Vamos voltar lá atrás.


    Antes da agricultura, só havia colaboração dentro de pequenos bandos que vagavam pela Terra em busca de alimento. Estranhos não entravam. Sobreviver exigia respeito a certas normas que eram instintivas, porque as pessoas do bando, como parentes, tinham genes em comum. Nesse caso, como a ciência mostra, a colaboração se instaura de modo muito mais natural do que entre estranhos genéticos. Todo mundo conhecia todo mundo, por isso, os fraudadores – aqueles que não faziam sua parte na empreitada comum – eram expulsos ou mortos. Para caçar animais grandes, como uma girafa, trabalhar em equipe traz grande vantagem. É preciso coordenar esforços – alguém cerca, alguém comanda os movimentos, determina o timing certo do ataque etc.


    Uma girafa fornece mais carne do que uma família pode comer, portanto, os caçadores têm um incentivo extra para colaborar com outras famílias do mesmo clã. Abatida a presa, é preciso dividi-la rapidamente antes que cheguem animais que se alimentam de bichos mortos. Como a carne estraga se não for consumida logo, caçadores e suas famílias se empanturram e presenteiam com o que sobra outras famílias do bando, cujos participantes não foram tão bem na caça.

    OS OITO TEMAS
    Veja os países mais avançados em cada tema do Insead

    [Figura3]


    A RECIPROCIDADE...


    Esse “presente” é interesseiro: se amanhã for meu grupo a não ter sucesso, eu espero que você retribua minha “generosidade” de ontem. Se você, ingrato, “esquece” o que fiz por você no passado e não retribui, todo mundo fica sabendo e sua reputação no bando sofre. Você pode acabar expulso e, sozinho, não conseguirá caçar. Você simplesmente não pode dar-se ao luxo de não retribuir.



    O salto produtivo nos anos 90 não foi causado por informática. A gestão dos negócios é que melhorou

    A vida em grupo exige reciprocidade e em toda parte caçadores-coletores agem de acordo com essa lógica – “para minha família primeiro, se sobrar, para a sua”. Para estranhos (que vão concorrer pela mesma girafa), a morte. A agricultura foi a tecnologia (social) decisiva para a civilização porque levou à divisão do trabalho em larga escala. Rompeu a mentalidade “soma zero” do bando, e ele virou vila, cidade, reino. Ao admitir a entrada de estranhos no bando, a agricultura resolveu um problema complicadíssimo: coordenar e motivar muita gente com vistas a um objetivo comum.

    A reciprocidade veio sendo programada em nós desde tempos ancestrais. Uma descoberta recente é a importância disso que podemos chamar de “senso de justiça”, algo baseado na noção de reciprocidade. “Eu te ajudo hoje, mas espero a contrapartida amanhã.” Numa série muito engenhosa de experimentos, Leda Cosmides e John Toby, da Universidade da Califórnia, mostraram que o animal humano é programado pela evolução para detectar injustiça. Confi ança (trust) e detecção e punição da injustiça estão no coração da sociedade, no centro da idéia de civilização.


    Fiquei perplexo ao tomar conhecimento disso. Eu já havia percebido que esse tema (reciprocidade- justiça-confi ança) é o eixo central em qualquer comunidade inovadora. A percepção de que “as coisas são injustas por aqui” corrói e trava tudo. É um pecado mortal. Jack Welch conta como uma experiência, logo no início de sua carreira na GE, moldou sua visão sobre como pessoas devem ser gerenciadas: um prêmio em dinheiro, sempre no mesmo valor, distribuído por toda a organização fez com que ele pedisse demissão (depois reconsiderou), pela revolta de ver pessoas desiguais tratadas igualmente. Injustiça! Injustiça! Meritocracia – a cada um de acordo com seu desempenho – foi um dos pilares da filosofia de Welch como CEO da GE.



    Confiança e punição da injustiça são tão importantes para os humanos que, muitas vezes, preferimos nos prejudicar pessoalmente para impedir uma “injustiça”. Outro desses experimentos fartamente documentados dá conta da seguinte situação: duas pessoas devem dividir uma soma em dinheiro (R$ 100, digamos). Para que possa haver a partilha, ambas têm de concordar. Uma delas propõe quanto cada uma vai receber, e a outra aceita ou rejeita. Se rejeitar a proposta, ninguém ganha nada. Seria de esperar que mesmo um rateio de 99/1 fosse aceito, porque, racionalmente, R$ 1 é melhor do que nada. Na prática, porém, pouca gente aceita uma divisão menor do que 70/30. Se você ousa propor menos que isso, o outro jogador veta a partilha e prefere ficar sem nada. O considerado “justo” é 50/50, meio a meio. Qualquer outra coisa é percebida como violação da idéia de reciprocidade programada em nossas mentes.



    Dar a cada um de acordo com sua atuação foi um dos pilares da gestão de Jack Welch na GE

    A revista The Economist diz: “A grande descoberta foi a identificação do papel da confiança (trust) como eixo da evolução humana... Confiança permite que estranhos colaborem, por meio de um processo que envolve a contabilização de quem faz o que e quando, e também a punição dos fraudadores. Fora os primatas, só os morcegos confiam assim em estranhos (não parentes), mas o mecanismo é o mesmo: morcegos bem alimentados regurgitam uma parte do alimento para colegas que estão famintos, e fazem isso esperando a retribuição quando forem eles que estiverem famintos”.



    Matt Ridley, autor de livros clássicos sobre esse tema, diz que a reciprocidade é como uma espada de Dâmocles sobre nossas cabeças. Repare como nosso dia-a-dia está cheio de manifestações como as seguintes: “Nós já os convidamos duas vezes para jantar em nossa casa, e eles nunca retribuíram”; “Ele só está me convidando para a festa para que eu fale bem dele em minha coluna na revista”; “Depois de tudo que eu fiz por ele, como ele pode agir assim comigo?”; “O que eu fiz para merecer isso?”; “Você me deve essa”. Obrigação. Dívida. Barganha. Contrato. Troca. Acordo. Nossa linguagem e nossas vidas são permeadas pela idéia de reciprocidade.


    Quando estamos em ambientes em que se exercita cooperação e reciprocidade, nosso instinto de cooperação nos levará a cooperar também. Nossas mentes tiram uma amostra da população ao redor e, se as pessoas são cooperativas, tornamo-nos como elas. Em um ambiente trambiqueiro, porém, cujas normas sociais não dão suporte à cooperação, nosso software nos torna permanentemente desconfiados. Todo mundo protege o próprio traseiro.


    Países inovadores têm sistemas operacionais que levam a tecnologias sociais robustas, que garantem alto nível de cooperação baseada em reciprocidade. Os módulos desses sistemas operacionais são os elementos do “conto dos países inovadores”. Não há nenhum país com cultura forte em todos os elementos do sistema operacional. Também não há maneira única de implementar esses elementos. O que estou dizendo é que todos os países inovadores têm, em média, registros favoráveis em todos os elementos, mesmo que seus sistemas operacionais sejam, como são, bem diferentes.





    E O BRASIL?


    Somos ruins em inovação porque em nosso país não existe confi ança baseada em reciprocidade em nível sufi ciente. Nossas tecnologias sociais para garantir isso são defi cientes. Essa é a resposta à pergunta que dá título a este artigo.


    Em qualquer país há os que enxergam o mundo como um “jogo de soma zero” e os que o vêem como “jogo de soma não zero”. Lembre-se: se sua mentalidade é “soma zero”, você vai agir para pegar a maior fatia possível do bolo, antes que outro o faça. Você acha que só pode ganhar se outro perder. Em vez de investir suas energias na busca de possibilidades (necessariamente cooperativas) de se dar bem, você opta por ser um predador. Enquanto um equivalente seu, que vive na Noruega ou no Vale do Silício, empreende, arrisca e inova, você está preso à lógica “soma zero”. Não é só sua culpa. A corrupção, em qualquer sociedade, é resultado de duas coisas: escolhas individuais e normas sociais. Juntas, as duas defi nem o nível de corrupção de um país (não sou eu que digo, são pesquisadores de algumas das melhores instituições do mundo).



    Confiança e senso de justiça são centrais na evolução humana. Formam a base da cooperação social

    Há ambientes em que você não consegue não ser corrupto, mesmo que queira. Num ambiente trambiqueiro, todo mundo vira “esperto”. Nesse tipo de ambiente, corrupção, desonestidade e roubalheira são normas culturais. Todas as sociedades “soma zero” são assim. As atitudes morais também são distorcidas: “Estou apenas me garantindo... Se eu não pegar, outro pega”. Uma série de brilhantes experimentos mostrou isso.



    Imagine uma população na qual alguns agentes têm mentalidade “soma zero” e outros, mentalidade “não zero”. À medida que o tempo passa, os agentes “não zero” descobrem que podem ficar mais ricos cooperando uns com os outros. Nesse ponto, eles começam a ser atacados pelos “soma zero”, que vão querer sua fatia do bolo sem ter colaborado para que ele crescesse (é da natureza deles, entende?). Esse conflito vai baixar os retornos propiciados pela cooperação, e pode levar a uma situação em que os agentes “não zero” se convencem de que cooperação não vale a pena; aí eles se transmutam em “soma zero” também. Não é uma tragédia?


    Quando os pesquisadores modelaram essa dinâmica, descobriram que existe um pontolimite. Quando, numa sociedade, os não cooperadores ultrapassam os cooperadores, a colaboração não se sustenta mais no nível necessário para produzir riqueza, e o país cai no que chamam de “armadilha da pobreza”. Aí está a razão pela qual países inovadores prezam tanto a “regra da lei” – é ela que garante que o pessoal “soma zero” será contido, e não conseguirá contaminar o país. Regra da lei é condição para inovação.



    Quando os predadores se tornam maioria, a produção de riqueza desaba e o país cai na armadilha da pobreza

    Em 1996, uma pesquisa perguntou o seguinte a pessoas de vários países: “De modo geral, você acha que, em seu país, a maioria das pessoas é confi ável?”. A diversidade das respostas foi impressionante. Os países em que a confi ança é mais arraigada são Noruega (65%) e Suécia (60%). No Peru, 5%, e no Brasil (o lanterninha absoluto), 3%.


    Junte tudo isso e veja nossa posição no índice de inovação do Insead – o Global Innovation Index, GII (o quadro está na página 62) –, um modelo que indica o grau no qual um país está respondendo aos desafios da inovação. O Brasil está em 40º lugar entre 106 países. Você pode não achar tão ruim, mas é; todo mundo que interessa está na dianteira. Honestamente, eu preferiria estar à frente de Índia e China (não estamos), em vez de Tanzânia e Etiópia, como estamos. Ah, eu ia esquecendo: também estamos à frente da Argentina (63º lugar), ganhamos dos hermanos de novo. Dos cinco fatores diretamente relacionados à capacidade de um país para inovar, o GII dá destaque a dois: “Instituições e políticas” e “Negócios, mercados e fl uxos de capitais”. Coisas como qualidade do sistema judiciário, tempo necessário para abrir uma empresa, tamanho do mercado informal etc. Tudo a ver com “confiança” no sistema operacional do país. Tudo a ver com o enredo do “conto dos inovadores”.



    Reformar os sistemas jurídico e políti co do Brasil é mais importante para a inovação do que “investimentos em inovação”. Consolidar as agências reguladoras (que todo país inovador valoriza, mas que nossos governantes desdenham, dizendo que são invenção neoliberal). Essas “coisinhas” produziriam mais efeito sobre a inovação do que todos os investimentos em “tecnologia” que possamos fazer, porque atuariam diretamente no coração do problema: nossa visceral falta de trust. Por aqui, investimento em tecnologias sociais tem de vir antes.


    Alta confiança, alta cooperação que gera mais confiança, mais inovação etc. Infelizmente, para nós, o contrário também é ver dade. A relação de causa e efeito entre confiança e riqueza não é perfeita (pois confiança não é o único fator que determina os níveis de cooperação de um país), mas, cá pra nós, você não acha que já temos pistas suficientes para explicar nossa incompetência em inovar, não?


    Eu ia aproveitar para falar mais das simulações em computador que corroboram essas conclusões (os caras modelaram a corrupção, é mole?). Elas estão entre as aplicações mais bacanas da técnica científi ca nas últimas décadas, mas meu espaço acabou. Além de tudo, quero ler mais referências brasileiras para não dizerem que estou exagerando, influenciado por idéias “de fora”. Tenho aqui comigo uma série de reportagens do jornal O Globo, pu blicadas no primeiro semestre deste ano, que um amigo me recomendou. É sobre impunidade. Meu amigo disse que a conclusão é inequívoca: quem transgride a lei no Brasil só é punido se for pobre. Você leu?


    Celebre a inovação além dos gadgetsVolta

    É preciso parar de cultuar apenas objetos glamourosos como os iPods, diz catedrático



    Revista Época Negócios

    Álvaro Oppermann

    Edição 8 - Outubro 2007



    Nem só de lampejos geniais vive o processo de inovação no mundo da economia. Isso pode ser uma verdade lapidar, mas ela nunca foi tão repetida como nos últimos tempos. Segundo David Edgerton, professor de tecnologia do Imperial College de Londres, para entendermos a inovação, devemos deixar de nos concentrar apenas em aparelhinhos fabulosos, como o iPod da Apple ou o novo modelo de celular, e abrir o foco para as coisas tidas como comuns. Fazendo eco ao professor inglês, o norte-americano Larry Keeley, presidente da consultoria Doblin Inc. - especializada em processos de inovação eficiente -, elaborou recentemente uma lista das coisas mais inovadoras da história econômica moderna. Nela não faltam itens como o bom e velho contêiner. Sem ele, diz Keeley, seria impossível a revolução na cadeia de distribuição de bens e mercadorias no mundo. Quando o tópico são os grandes inovadores, Edgerton vai ainda mais longe: "Ao analisarmos a história do uso da tecnologia nas sociedades, enxergamos que tão importante quanto inventar algo novo é saber pegar emprestado o que foi inventado pelos outros, utilizando o que é útil e descartando o inútil". Segundo o professor, a história nos mostra que alguns dos países mais progressistas do século 20, como a China e o Japão, não se destacaram - até recentemente - como grandes inovadores.



    Ainda, a inovação não deve pautar apenas a pesquisa e o desenvolvimento de novos produtos como também moldar a própria mentalidade das sociedades capitalistas. Como isso se dá? Keeley demonstra que um dos motores do capitalismo americano foi uma inovação jurídica simples, mas decisiva: o conceito da responsabilidade limitada. "Uma sociedade com limitação de responsabilidades significa que o indivíduo não está em risco pessoal quando a empresa para a qual trabalha - ou na qual ocupa até um cargo de direção - comete um erro", diz o consultor. Isso fomentou a tomada de riscos na história da economia dos EUA. Keeley observa que tal conceito, apesar de universal nos códigos civis, não é assimilado culturalmente em países como a Rússia, um dos fatores que ajuda a emperrar a inovação no país. "Na época da bolha da internet, uma delegação russa em visita ao Vale do Silício ficou muito surpresa de saber que os principais executivos das companhias pontocom em bancarrota não estavam atrás das grades, mas, sim, ocupando cargos importantes em outras empresas", diz ele.



    Por fim, Edgerton alerta que, enquanto tivermos a percepção de que a inovação deve ser sempre brilhante e grandiosa, corremos o risco de manter inalterado o estado das coisas - o que pode ser catastrófico quando se pensa em questões prementes como o aquecimento global. "Muitos analistas falam da necessidade de novos investimentos para soluções em tecnologia que serão postas em prática em cinco, dez ou 20 anos. Não há tempo para isso. A maior inovação, relativa a essa questão, seria as pessoas acordarem para o fato de que as soluções devem ser buscadas agora, mesmo que sejam simples", conclui.